• Rio de Janeiro, 18/05/2025
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Fala sério! Mudar o mapa não altera a realidade

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Fala sério! Mudar o mapa não altera a realidade

Em um evento recente na China, a presidente do Banco do Brics, Dilma Rousseff, exibiu um mapa-múndi de ponta-cabeça, destacando o Brasil no centro da representação.


A iniciativa, promovida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), busca enfatizar o protagonismo do país e do Sul Global nos debates internacionais.


No entanto, a mudança na perspectiva cartográfica levanta um questionamento essencial: alterar a posição do Brasil no mapa muda, de fato, a realidade do país?


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O Brasil enfrenta desafios estruturais profundos que não podem ser resolvidos por uma simples inversão geográfica.


A baixa industrialização, a falta de investimentos em tecnologia e infraestrutura, a escalada do crime organizado, forças armadas sucateadas e uma população que ainda sofre com desigualdades sociais e escândalos como o do INSS, que desviou recursos dos mais necessitados, são problemas concretos que não se alteram com um novo desenho cartográfico.


A estratégia de reposicionar o Brasil visualmente pode ser interpretada como uma tentativa de empoderamento simbólico, mas sem impacto real na vida dos cidadãos.


Estratégia de manipulação


O caso remete à célebre frase “mudar o mapa não muda a realidade”, que está profundamente ligada a um dos pressupostos fundamentais da Programação Neurolinguística (PNL): “o mapa não é o território”. Esse conceito, originado dos estudos do linguista Alfred Korzybski, enfatiza que nossa percepção do mundo é apenas uma representação subjetiva da realidade, e não a realidade em si.


Embora a PNL seja frequentemente utilizada para autodesenvolvimento, comunicação e resolução de problemas, suas técnicas podem ser aplicadas de forma inadequada para influenciar ou enganar outro.


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A PNL explora como os mapas mentais podem ser alterados para influenciar comportamentos e percepções. Estratégias de comunicação podem ser usadas para moldar a visão das pessoas sobre a realidade, sem necessariamente mudar os fatos.


Isso pode ser visto em discursos políticos, publicidade e até na mídia, onde a forma como uma informação é apresentada pode gerar diferentes interpretações e reações.


Ao inverter um mapa-múndi e destacar um país em uma posição central, pode-se criar uma sensação de protagonismo e importância, mesmo que os desafios estruturais do país permaneçam inalterados.


Essa técnica pode ser usada para reforçar narrativas de empoderamento ou mudança, sem que haja uma transformação concreta na realidade.


Choque de realidade


O desenvolvimento do país depende de investimentos em infraestrutura, transparência e políticas públicas eficazes, e não da forma como ele é representado em um mapa.


O verdadeiro desafio está em transformar a realidade econômica e social do Brasil, garantindo avanços concretos que melhorem a qualidade de vida da população.


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Enquanto o mapa invertido pode gerar debates sobre a posição do Brasil no cenário global, a questão central permanece: o que realmente importa não é onde o país aparece na cartografia mundial, mas sim onde ele se posiciona em termos de desenvolvimento, inovação e qualidade de vida para seus cidadãos.


Afinal, um mapa pode ser redesenhado, mas a realidade exige mudanças muito mais profundas.




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