A crise de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não encontra mais barreiras: segundo a nova pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (2), 46% dos deputados federais avaliam negativamente o governo Lula, o pior índice desde o início de seu terceiro mandato. Apenas 27% ainda o veem com bons olhos.

A pesquisa também revela um cenário sombrio para Lula em 2026: metade dos parlamentares acredita que a oposição sairá vitoriosa nas próximas eleições presidenciais, enquanto apenas 35% consideram Lula como favorito à reeleição.

Rejeição parlamentar acompanha pressão popular nas ruas

A insatisfação no Congresso reflete o que se sente fora dele, como apontam recentes pesquisas feitas com a população. Entre os fatores que alimentam o desgaste estão:

– Rombo fiscal crescente

– Inflação alta e preços dos alimentos nas alturas

– Aumento da carga tributária — incluindo as famigeradas “taxas das blusinhas”

– Escândalos de corrupção, como a fraude bilionária no INSS

– Política externa polêmica, com aproximações de regimes autoritários e acenos ao Hamas, grupo considerado terrorista mundo afora

Relação com o Congresso: em frangalhos

A pesquisa, realizada com 203 deputados entre 7 de maio e 30 de junho, mostra que:

– 51% avaliam negativamente a articulação do governo com o Congresso

– Apenas 18% veem a relação como positiva

– 69% dizem que o Executivo dá menos atenção ao Parlamento do que deveria

– Só 43% tiveram pedidos atendidos por ministros

Governabilidade ameaçada

O sentimento de paralisia legislativa é crescente:

– 57% dos deputados acham que o governo terá dificuldade para aprovar sua pauta

– Apenas 36% acreditam que Lula conseguirá avançar com seus projetos

– A insatisfação se concentra especialmente no centro e entre os independentes

Economia, violência e corrupção lideram preocupações

Na visão dos parlamentares:

– 31% veem a economia como maior problema do país

– 23% apontam a violência como prioridade

– 16% elegem a corrupção como desafio principal

O tempo corre contra o Planalto

A recente queda do decreto do IOF no Congresso foi simbólica: um governo enfraquecido, com base desorganizada e oposição fortalecida. A expectativa de sucesso legislativo despenca, enquanto a pressão por resultados concretos só cresce.

Com o Congresso cada vez mais hostil e a base derretendo, o governo Lula enfrenta o que pode ser seu maior teste político — e o relógio não para.