Ver um avião cruzar o céu da cidade, sobrevoando praias lotadas de famílias e crianças, com um anúncio de site de acompanhantes é uma afronta. Trata-se da banalização da prostituição em espaço público, exposta sem qualquer filtro a menores de idade, turistas e cidadãos que buscam lazer em um patrimônio coletivo.

A praia é território plural, onde convivem todas as religiões, culturas e idades. Reduzi-la a um outdoor de cafetinagem explícita é uma forma de vulgarização da cidade, que fere não apenas valores individuais, mas também a imagem internacional do Rio e do Brasil.

Esse tipo de propaganda normaliza e glamouriza a prostituição, uma realidade cruel, marcada por exploração, violência e vulnerabilidade social. Quando um site desse segmento compra espaço aéreo, ele não está apenas divulgando um serviço: está cafetinizando a cidade à luz do dia, impondo à sociedade um espetáculo de degradação.

É urgente que autoridades e sociedade civil questionem: até que ponto vamos permitir que o espaço público, símbolo de convivência democrática, seja capturado para difusão de mensagens que ferem a dignidade humana e incentivam práticas tão duras quanto desumanas?