• Rio de Janeiro, 01/09/2025
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Aluguel por temporada dispara os gastos dos condomínios

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Aluguel por temporada dispara os gastos dos condomínios

O aluguel por temporada, impulsionado por plataformas como Airbnb e Booking, está provocando uma verdadeira revolução — e um rombo financeiro — nos condomínios residenciais do Rio de Janeiro. Em alguns casos, os custos condominiais já ultrapassam 50% de aumento, especialmente nos edifícios que optaram por reforçar a segurança com vigilância armada. A escalada de despesas e os conflitos entre moradores e hóspedes acenderam o sinal vermelho e levaram administradores a exigir regras claras para conter o caos.


Conflitos, insegurança e assembleias tensas


A Comissão Especial da Câmara Municipal, presidida pelo vereador Salvino Oliveira (PSD), reuniu-se nesta segunda-feira (01/09) com administradores de condomínios para discutir os impactos da locação de curta duração. O encontro revelou um cenário preocupante: prédios sobrecarregados, vizinhança em pé de guerra e assembleias travadas por medo e falta de quórum.


“Na Rua Miguel Lemos, em Copacabana, temos 22 apartamentos com 40 hóspedes. Isso gera um desgaste enorme com segurança e penaliza os condomínios que não praticam a atividade”, alertou Anna Carolina Chazan, que administra 90 condomínios. Ela defende que a decisão de permitir ou proibir o aluguel por temporada deve ser votada em assembleia, mas reconhece que os custos para alterar a convenção condominial são altos e o processo, burocrático.


Moradores de Copacabana exigem regulamentação urgente para aluguel por temporada



Custos em alta e medo de represálias


Geisa Kaufman, administradora de 28 condomínios, revelou que apenas um conseguiu proibir a prática. “Mais difícil do que conseguir dinheiro para os custos é reunir o quórum necessário. Muitos proprietários têm receio de serem ameaçados por se oporem ao aluguel por temporada”, afirmou. Segundo ela, os gastos com segurança armada e manutenção dispararam, elevando as taxas condominiais em mais de 50%.


Regulamentar ou proibir? O impasse jurídico


O advogado André Luiz Junqueira, que atende 120 imobiliárias, destacou que a locação por temporada deixou de ser sazonal e passou a ocorrer o ano inteiro. “Antes era restrita ao Carnaval e Réveillon. Hoje, acontece nos 365 dias do ano, com os mais variados objetivos”, disse. Ele defende que a prática seja enquadrada como meio de hospedagem na Política Nacional de Turismo e que os proprietários sejam obrigados a obter alvará.


O risco do aluguel por temporada para os moradores de imóveis no Rio



O vereador Salvino Oliveira questionou os custos para alterar convenções condominiais, que incluem contratação de advogado e emissão do Registro Geral de Imóveis (RGI) de todas as unidades. Já o relator da comissão, Deangeles Percy (PSD), reforçou a necessidade de uma regulamentação equilibrada. “Precisamos chegar a um meio termo. Tenho certeza que será bom para a cidade do Rio”, afirmou.


Próximos passos


A Comissão Especial segue ouvindo especialistas e representantes do setor para construir uma proposta que atenda tanto aos interesses dos moradores quanto dos proprietários que alugam seus imóveis. A pergunta que fica: até quando os condomínios vão suportar os custos e os conflitos sem uma legislação que dê conta da nova realidade urbana?




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