Sérgio Cabral
Margem Equatorial

Somente a cegueira proposital ou fruto da ignorância permitam que se diga que não há maior calor em nosso planeta, que o nível do mar não subiu desproporcionalmente nas últimas décadas e que os verões pelo mundo não estão cada vez mais ferozes na sua quentura.
Mas, também, somente a cegueira deliberada e de má fé ou a ignorância são capazes de condenar o desejo do governo brasileiro de explorar o óleo e o gás da Margem Equatorial brasileira.
Vivemos a transição energética. O Brasil, aliás, é exemplo de matriz diversificada. Devemos seguir, sem dúvida, no caminho da substituição da dependência dos combustíveis fósseis.
Entretanto, deixar de explorar o óleo e o gás da nossa Margem Equatorial é um equívoco grave. Do Amapá ao Rio Grande do Norte temos uma nova fronteira de riqueza energética a ser explorada. De maneira controlada pelas mais rígidas regras ambientais e tecnológicas. Mas chega a ser surreal que uma região cuja população tem o IDH, o Índice de Desenvolvimento Humano, dos mais baixos do país, seja privada de receber o grande impacto positivo que a exploração do óleo e do gás pode gerar na alavancagem dos setores industrial e de serviços. Serão gerados milhares de empregos diretos e indiretos.
A questão ambiental não pode impedir a exploração da Margem Equatorial. Como também a indústria do petróleo não pode prejudicar o colosso ambiental da região. Há legislação e tecnologia disponíveis para essa adequação.
Temos cinco bacias sedimentares importantes: Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar. À espera da exploração da indústria do óleo e gás.
E o tempo não para! O valor do barril do petróleo não será o mesmo daqui a 30 anos. Será menor. O investimento em energias alternativas não para de crescer. A China produz aproximadamente 4,9 milhões de barris de petróleo por dia e importa cerca de 11,3 milhões de barris/dia. Isso faz da China o maior importador mundial de petróleo. Por isso mesmo, a superpotência asiática é a maior investidora do planeta em energias alternativas.
O Brasil não pode se dar ao luxo de ignorar a Margem Equatorial. Será de profunda injustiça com os milhões de habitantes do Norte e Nordeste brasileiros.
*Jornalista. Instagram: @sergiocabral_filho
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