Jackson Vasconcelos
As manifestações
O Engenheiro Gabriel Brondi foi às ruas ouvir o povo sobre as manifestações de domingo e postou o trabalho dele no Instagram. As palavras de uma senhora, que estava em companhia do marido, me representam. A fisionomia do casal, também. Com ar grave no rosto e olhar de indignação, ela disse: “Nós estamos aqui para apoiar os nossos irmãos que estão presos injustamente. Nós estamos em defesa da verdade, da democracia e do direito… e nunca vivi na minha vida o que eu estou vivendo hoje. Eu, uma simples dona de casa, tive a minha rede social cancelada. É um absurdo o que nós estamos vivendo no momento. É inadmissível, inaceitável, vergonhoso, humilhante. É muita tirania, é muita covardia, é muita injustiça…” O casal não cita Jair Bolsonaro!
Em outro momento, nas redes, encontrei o Senador de Santa Catarina, Esperidião Amin. Ele conversava com um grupo de pessoas em volta do evento. Disse ele: ““Fizeram-me uma pergunta. Será que vai dar? Eu estou respondendo. Faltam seis assinaturas. Nós temos 35 assinaturas de senadores que querem abrir o processo de impeachment de Alexandre de Moraes. Nós precisamos conseguir essas seis assinaturas. Se tivermos 41 assinaturas, nós seremos maioria; tendo maioria o Senado não se reunirá mais se o Presidente do Senado não colocar a abertura do processo em votação. Nós precisamos de seis assinaturas. A primeira regra, portanto, é fazer a lista de quem não assinou e cobrar deles a assinatura…” Não se ouviu falar em Jair Bolsonaro.
Já as vozes que eu ouvi vindas dos palanques não foram a favor de uma causa, de um povo, de um país, ou de cobrança pelas seis assinaturas que faltam para a abertura do processo de impeachment. Tudo o que eu ouvi, acompanhado dos xingamentos e frases de efeito, foi em defesa de um homem e das circunstâncias que ele mesmo criou. As fisionomias nas fotos e vídeos de quem esteve nos palanques foram de alegria e de uma incontida animação, posando para os eleitores. Nos palanques não vi ou ouvi nada parecido com o que ouvi e vi na entrevista com o casal nas ruas e na conversa do povo com o Senador Esperidião Amin.
Se valerem o sentimento do casal entrevistado pelo engenheiro Gabriel e as orientações do Senador Esperidião Amin, sairemos do enorme problema no qual estamos metidos. Mas, se valer o que aconteceu nos palanques e que nos foi entregue pelas fotos dos oportunistas…ah!
Nos palanques não houve acaso, mas oportunismo. Foi coisa pensada; estratégia calculada pelos oradores para apropriarem-se da imagem de Jair Bolsonaro. O que pareceu coragem e atrevimento, eu vi como oportunismo.
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