Jackson Vasconcelos
Sem Congresso forte, promessa de presidente vira ilusão
Os candidatos à Presidência da República anunciam-se. Lula está posto. Jair Bolsonaro, tenta convencer os aliados de que será candidato e caso não, ele avisa que se fará representar por alguém indicado no momento próprio. como fez Lula em 2018. Jair Bolsonaro não será candidato, porque os inimigos que ele escolheu ter são fortes o suficiente para mantê-lo fora da disputa e na prisão. Exatamente, como ocorreu com Lula em 2018. É lamentável que o povo precise adaptar suas escolhas sempre que elas contrariam o poder político estabelecido.
Seja como for, os candidatos à Presidência começam a surgir. Estão vindo dos governos estaduais. Isso é ótimo! Não há aventureiros. Estamos saturados deles. Ronaldo Caiado, governador de Goiás, antecipou-se. Ontem, Romeu Zema, governador de Minas Gerais, foi a São Paulo (sabe-se lá o motivo de não ter sido em Minas) e lá avisou que é candidato. Espera-se o anúncio do governador do Paraná, enquanto, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, não diz não e não diz sim. Sabe-se que ele aguarda a voz do líder.
Caiado e Zema já avisaram ao grande pajé que se eleitos lhe darão o indulto presidencial. Isso mostra que, na verdade, Caiado e Zema estão numa disputa com Tarcísio pela benção de Bolsonaro. Ou não é isso?
Os aliados de Jair Bolsonaro estão eufóricos com o apoio do Presidente dos Estados Unidos e acreditam que esse fato possa decidir a eleição no Brasil. Quem sabe? Mas, há um elemento a considerar nessa história: a eleição de meio de mandato nos Estados Unidos. Ela acontecerá em novembro, quando todas as cadeiras da Câmara e um terço das cadeiras do Senado estarão em disputa. A depender do resultado, Donald Trump poderá estar ocupado demais no próximo ano para cuidar da eleição brasileira.
Agora, pense comigo. Seja qual for a minha escolha, o presidente eleito conseguirá me entregar o que prometerá na campanha? Duvido muito, pois o elemento essencial para que isso aconteça não está colocado aínda: a composição do Congresso Nacional.
Em 2018, eu quebrei a cara quando acreditei que Jair Bolsonaro fosse capaz de me entregar o que me prometeu. Ele não conseguiu. Primeiro, porque não quis e o pouco que quis me entregar não conseguiu, porque o Congresso Nacional não garantiu ao presidente o exercício pleno da Presidência, como manda a Constituição, essa pobre peça indumentária.
Então, que venham Romeu Zema, Ratinho, Caiado, Tarcísio, e quem mais queira, mas por tudo que é sagrado na democracia, digam-me quem querem ter no Congresso Nacional, pois sem essa informação, a minha segurança para escolher um candidato à presidência é zero. Eu ainda não esqueci o lixão que Jair Bolsonaro enfiou no Congresso Nacional em 2018. Nas ruas se dizia: “vote em mim, candidato do Bolsonaro” Deu no que deu!
COMENTÁRIOS